Você Está Comendo Bem, Mas Ainda Não Está Comendo Certo Pra Crescer
Comer saudável não é o mesmo que comer para crescer. Esse é um erro clássico de quem já treina com dedicação, prepara suas marmitas, evita besteiras, toma whey, mas não vê evolução no espelho. A questão não está no esforço — está na estratégia nutricional por trás do esforço. A diferença entre um corpo que se mantém e um corpo que cresce está nos detalhes. Você pode comer arroz integral, peito de frango, ovos, vegetais, azeite e ainda assim não alcançar o superávit calórico necessário para gerar hipertrofia. A chave está na quantidade, no timing e na constância. Muita gente acha que está em superávit, mas na prática consome o mesmo tanto de calorias que gasta — ou até menos em dias mais corridos. Sem excedente calórico de forma consistente, não há estímulo suficiente para o corpo criar nova massa muscular. Outro ponto crítico é o medo do carboidrato. Há uma obsessão em manter a barriga chapada enquanto tenta crescer — o famoso “ganhar massa magra sem gordura”. Isso não só é ineficiente, como é biologicamente limitado. Ganho de massa real envolve um pouco de gordura no processo. O que importa é o controle desse ganho, e não a negação total. Cortar carboidrato demais compromete seu treino, sua recuperação e sua sinalização anabólica. O corpo precisa de glicogênio nos músculos pra render, e ele vem dos carboidratos. Também é comum errar na distribuição ao longo do dia. Comer bem, mas apenas 2 ou 3 vezes, sobrecarrega a digestão e não mantém um fluxo constante de nutrientes. O ideal é fracionar as refeições para manter os níveis de aminoácidos circulantes, garantindo substrato constante para a construção muscular. A ausência de proteína por longos períodos favorece o catabolismo, mesmo em quem treina pesado. Outro erro é a falta de ajuste. O corpo se adapta. Aquela dieta que funcionava no início pode parar de funcionar em poucas semanas. Se o peso estagnou, a força estagnou e a composição corporal não muda, é hora de recalcular. Subir um pouco o volume calórico, ajustar o tipo de carboidrato, aumentar a ingestão proteica total ou rever os horários. A dieta para crescer não é uma fórmula fixa — ela é dinâmica e responde ao momento do seu corpo. Por fim, comer certo também envolve aproveitamento digestivo. Não adianta consumir 160g de proteína por dia se seu corpo não digere bem metade disso. Questões como digestão lenta, má absorção, gases, intestino preso ou acelerado demais indicam que há algo errado. Ajustar o tipo de proteína, variar fontes, usar enzimas digestivas e melhorar a qualidade da microbiota intestinal são passos avançados que fazem diferença no ganho de massa a médio e longo prazo. Comer bem é o primeiro passo. Mas comer estrategicamente, com foco, constância, ajustes e consciência, é o que constrói físico. E quem domina isso, domina o próprio corpo.